Entre as indagações clássicas que
acompanham a humanidade desde sua origem, está a que busca compreender o que
ocorre com o homem depois de sua morte. Há quem afirme que a existência
encerra-se definitivamente com a morte, há quem defenda que a morte é uma
passagem.
Afinal, o que acontece com o Ser
Humano após a morte?
Para os cristãos a morte não é
considerada um fim ou o encerramento da vida, ao contrário, a morte sinaliza o
fechamento da etapa onde o ser está preso às categorias de espaço e tempo e,
portanto, de materialidade. Ela abre as portas para a entrada definitiva em
outra dimensão: a eternidade.
Entre os modos de compreender essa
realidade tão misteriosa e desejada, pode-se destacar a que considera que,
imediatamente depois da morte, o homem será atraído para Deus que o receberá
muito mais como Pai Misericordioso do que como Juiz.
Ao se deparar com Deus, o ser humano
se reconheceria criatura frágil e insignificante e faria a opção fundamental
pelo Criador. Nesse instante (que poderia ser chamado de purgatório!) o homem
estaria sujeito a ‘sofrer’ por ter praticado ações que o distanciaram de Deus e
por não ter usufruído, ao longo de sua existência, da benevolência que passara
a experimentar a partir desse derradeiro contato direto com Deus.
Uma vez entrando na eternidade, o
ser é tomado pela indescritível presença de Deus e passa a experimentar algo
totalmente diferente de tudo aquilo que já sentiu, pensou ou viveu. Nessa outra
dimensão, a vida assume características que só podem ser tratadas à luz da fé e
da Revelação.
Dentre as várias indicações acerca
das realidades celestes, há algo que pode ser destacado como comum a todas
elas: o céu é o ‘lugar’ da plenitude, ou seja, no céu o ser não sentirá falta
de absolutamente nada, não desejará, não precisará melhorar... o ser estará
pleno da Graça; cheio a tal ponto de nada mais poder ser colocado ou
acrescentado.
Teoricamente, poder-se-ia dizer que
algum ser humano, no uso de seu livre-arbítrio, poderia escolher não tomar
parte da Comunhão com o Senhor das realidades celestiais e terrenas, mas as
coisas de Deus são tão maiores que a capacidade humana de entender, que fica
uma pergunta: será que alguém, no pleno uso de suas faculdades emocionais e
racionais, optaria pela ausência eterna de luz diante da real possibilidade de
escolher a Claridade?
Enfim, se de um lado está o homem,
com suas marcas de fraqueza, do outro está Deus, que o acompanha no ‘instante’
decisivo e o aguarda de braços abertos para implementar, de modo irrevogável, a
grandiosidade de sua misericórdia que perdurará eternamente.