31 janeiro 2013

CAMAPNHA DA FRATERNIDADE - 2013 - Eis-me aqui, envia-me



          A Campanha da Fraternidade de 2013 – CF-13 – propõe ampla reflexão sobre a Juventude. A Campanha tem como tema Fraternidade e Juventude e como lema Eis-me aqui, envia-me.
          O lema encontra-se num contexto do livro do profeta Isaias dentro do qual há uma pergunta feita pelo próprio Deus: “Quem é que vou enviar? Quem irá de nossa parte?” Ao apelo de um Deus que deseja libertar seu povo das opressões, aparece a figura do profeta que responde: “Eis-me aqui, envia-me” (Isaias 6, 8), logo após a aceitação da missão, Deus envia seu profeta-servo para dirigir-se ao povo.
          Embora nossa história esteja marcada por desafios e opressões diferentes daqueles que motivaram o profeta no Primeiro Testamento, Deus continua perguntando aos homens e mulheres, em especial aos jovens: “Quem irá de nossa parte?” e a Igreja do Brasil, através da CNBB, abre-se para refletir sobre a exigência de reconhecer, na juventude, indispensáveis e importantes profetas a serem enviados.
          Evidentemente o envio da juventude passa pela renovação da capacidade de acolher. A Igreja, os educadores, os pais, enfim, todos os seguimentos da sociedade precisam descobrir novas formas de acolher uma juventude que forma sua personalidade num contexto de revoluções tecnológicas e de esvaziamento de valores.
          Essa necessidade de uma acolhida que antecede o envio encontra-se bem apresentada no objetivo geral da CF-13: “Acolher os jovens num contexto de mudança de época, propiciando caminhos para seu protagonismo no seguimento a Jesus Cristo, na vivencia eclesial e na construção de uma sociedade fraterna fundamentada na cultura da vida, da justiça e da paz”.
          A Igreja cristã precisa do jovem para se rejuvenescer, mas essa necessidade extrapola o espaço religioso e eclesial. A sociedade também clama por uma juventude que marque de modo consciente e responsável seu espaço e que assuma a vanguarda para a superação de contradições históricas, sociais e raciais; é latente a expectativa de termos uma juventude que tome as rédeas de sua história e que ofereça, em todos os espaços, posicionamentos que desafiem os conservadorismos e as estruturas de opressão.
          Esperar o envolvimento da juventude nas principais questões da humanidade não é exigir além do que o jovem é capaz de fazer, ao contrário, uma leitura histórica (bíblica ou não) revela que faz parte da natureza do jovem aceitar desafios e lutar para a renovação. O texto-base da CF-13 faz menção a diversos jovens presentes na história bíblica e na história da Igreja que deixaram sua marca ao assumirem o chamado. A realidade continua precisando de jovens dispostos a torná-la melhor. A História humana, pela sua dinamicidade, permanece aberta e demanda pessoas com coragem para fazê-la evoluir.
          Os desafios são muitos. Precisamos desenvolver boas estratégias para lidar com as novas tecnologias e fazer com que elas deixem de alimentar o individualismo e passem a instrumentos que levem ao real espírito de comunidade e de coletividade; precisamos nos abrir para uma acolhida que considere o jovem como interlocutor e cúmplice na construção da história e não como destinatário das ações dos adultos ou convidados ilustres a uma casa que é nossa e não deles.
          Todos devemos ter o espírito jovem para sermos capazes de contribuir com a evolução e a renovação da Igreja e da Sociedade. A jovialidade faz parte da essência do cristianismo e de uma sociedade que valoriza a criatividade humana. Com a coragem que caracteriza a juventude digamos todos: Eis-nos aqui, envia-nos.

23 janeiro 2013

A Conversão de Paulo: um convite ao testemunho coerente



          A liturgia da Igreja, no dia 25 de Janeiro, nos propõe refletir e rezar em torno da Conversão de Paulo: uma oportunidade especial para alimentarmos nossa fé e conversão permanente.
          Saulo (nome de Paulo antes da Conversão) seguia para Damasco com o objetivo de perseguir os cristãos; já próximo à entrada da cidade, misteriosas ocorrências mudam completamente sua vida e fazem dele um dos maiores defensores e propagadores da Fé Cristã (Atos dos Apóstolos 9, 1-25).
          De modo livre e despretensioso, desse intrigante evento da Conversão de São Paulo, podemos extrair alguns apontamentos que nos auxiliam em nossas reflexões.
          O primeiro está vinculado à coerência de Paulo. A vida desse apóstolo demonstra com muita clareza que ele não assume sua religiosidade pela metade. Tanto na condição de Judeu, como no testemunho da fé cristã, Paulo está todo inteiro. Não foi meio judeu ou meio cristão.
          Paulo se envolvia com sua Religião; participava ativamente dos desafios; transformava a fé que professava em testemunho e luta. Não foi um judeu omisso nem um cristão morno. Nas duas experiências demonstrou disponibilidade, vigor e coragem para o serviço.
          Outro ponto interessante vincula-se à natureza da conversão – mudança de rumo. A conversão pressupõe a mudança de sentido, que ocorre mediante a consciência de que se caminha para o lado errado. Paulo tinha clareza do rumo de sua caminhada antes de convergir/converter: era um obstinado defensor do judaísmo, portanto, sabia quais eram as consequências e implicações das escolhas que fazia e foi mediante o confronto entre duas possibilidades que ele toma outro Caminho.
          Ao identificar o equívoco no sentido da viagem que fazia, ou seja, ao se dar conta de que suas escolhas o distanciavam de seus maiores anseios, Paulo assume os riscos de tomar o Caminho certo e arca com os obstáculos dessa radical decisão: torna-se cristão e passa a responder corajosamente pelos ideais da fé pronunciada por Jesus. É bom realçarmos que Paulo converteu-se e continuou em atividade, jamais parou.
          Um terceiro ponto que pode motivar nossa reflexão é a sensação de confusão e cegueira que toma conta de Paulo após tomar consciência dos acontecimentos que o envolvem. Paulo fica cego, é conduzido para dentro da cidade e é encontrado, posteriormente, orando a Deus.
          Toda conversão supõe dor e perdas. Ao descobrir que estava desenvolvendo atividades inadequadas Paulo perde, momentaneamente, a capacidade de ver o caminho certo para onde seguir. Precisa de ajuda, primeiro das pessoas, depois do próprio Senhor, a quem busca na Oração.
          Mesmo sem conseguir entender muito bem o que está ocorrendo com ele, Paulo é capaz de permitir-se conduzir e, mais que isso, mantém-se numa atitude de oração e de súplica: Manifestos desejos da companhia do Senhor.
          A conversão de São Paulo é um paradigma que podemos usar para pensar e refletir sobre as diversas conversões que precisamos fazer todos os dias em nossas vidas. Todo cristão está sempre exercitando a capacidade de conversão/convergência. Às vezes acerca de pontos mais graves e sérios, outras vezes em relação a questões mais simples, porém não menos importantes.
          Iluminados pelos bons exemplos da conversão de Paulo, podemos nos perguntar: Como tem andado nossa lealdade à Religião que professamos? Como temos nos comportado quando tomamos consciência de que precisamos abandonar certas altitudes que nos distanciam do Caminho do Senhor? Até que ponto temos permitido que a Comunidade e o próprio Senhor nos conduza no Caminho?
          Deus contou com a conversão de Paulo para marcar a história do cristianismo e conta com nossa permanente conversão para continuar fazendo seu Reino acontecer. Convertamo-nos!

14 janeiro 2013

Precisamos saber lidar com os limites



          O ser humano é dotado de uma dimensão de transcendência, ou seja, é da natureza humana o desejo de extrapolar os limites e de buscar brechas na realidade para ir além das fronteiras que lhe são impostas e, digamos com franqueza, isso é louvável e enobrece a existência humana.
          O Homem não se realiza e suas maiores possibilidades não se afloram quando está demasiado preso a estruturas que inibem sua liberdade e que podam sua capacidade de crescimento.
          Por outro lado, a incapacidade de lidar com limites ou sua completa inexistência também desumanizam o ser humano e o inviabilizam. Faz parte dos elementos que caracterizam a natureza humana a presença de referenciais que indicam até onde se pode ir; o que se é recomendável; o que precisa servir como ponto de alerta ou até de parada para as iniciativas e desejos humanos.
A lógica, portanto, que se deve usar é a do equilíbrio: Nenhuma estrutura pode sufocar a criatividade humana tanto quanto nenhum discurso será legítimo se defender que não há quaisquer limites a serem observados.
Nossa cultura já foi marcada por discursos explícitos que desqualificavam e reprimiam a criatividade humana. Hoje, essas iniciativas são mais veladas, mas continuam gerando obstáculos para o desenvolvimento humano.
O que predomina em nossos dias são os discursos liberais. De modo direto ou indireto somos persuadidos a aceitar que tudo pode e que não há limites a serem observados. Isso é tão ou mais danoso que os discursos repressores de outrora, pois gera um clima falso de liberdade que não passa de um império do individualismo e do egocentrismo.
Crianças, adolescentes, jovens e adultos precisam saber lidar com os limites da natureza, da vida, do convívio social. Não se é possível exercer liberdade sem levar em conta a existência de circunstâncias que, se não consideradas, levam à desumanização ao invés de levaram ao alcance da felicidade e da realização.
É bom insistir que a observância e o reconhecimento de limites valem para todas as idades: Há pais e professores que reclamam que filhos ou alunos não têm limites, mas é válido se perguntarem: como eles mesmos lidam com limites? Há muitos que não dão conta de identificarem e vivenciarem seus próprios limites.
Sem nos darmos conta, corremos o risco de extrapolar, de modo constante, diversos limites que não geram benefícios como poderíamos imaginar: o tempo que dedicamos à bebida, ao futebol na TV etc.
Mas essa preocupação precisa se dirigir a outros setores da vida e não somente, como poderiam alguns pensar, a coisas negativas. É preciso limite para o trabalho: há pessoas que trabalham além do razoável; é importante ter limite até para o envolvimento em atividades comunitárias e religiosas: há pessoas que exageram nisso deixando a desejar em outros setores da vida.
          Por fim, a melhor forma de desenvolver maturidade no trato com os limites que todos temos é o diálogo. Para o adulto, o primeiro “diálogo” é consigo mesmo, ou seja, buscar conhecer as próprias limitações e ser capaz de conviver com elas. No que se refere às crianças, o diálogo deve ser capaz de estabelecer com clareza o que pode e o que não pode ser feito, bem como de demonstrar que há tempo para tudo e que, portanto, as coisas não precisam ser feitas sempre no momento que se deseja.

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