13 fevereiro 2013

Espiritualidade Quaresmal: Avançando para águas mais profundas




“Avança para águas mais profundas e lançai vossas redes para a pesca” (Lucas 5, 4).


          Segundo os ensinamentos bíblicos e a tradição da Igreja são três os exercícios quaresmais: Oração, Esmola e Jejum.
          Por força de diversas circunstâncias históricas a Quaresma se tornou um período com grande ênfase na abstinência e no sacrifício e, embora haja grande valor nessa tendência, podemos ir mais longe, ou seja, podemos buscar novas formas de vivenciar esse importante tempo de preparação para a Páscoa.
          Muitas possibilidades se apresentam e cada pessoa tem liberdade de buscar o que melhor se adequar à sua espiritualidade e estilo de vida. O importante é cumprir a ordem de Jesus dada a Pedro no Evangelho de Lucas: Avançar para águas mais profundas e lançar as redes em “lugar” mais produtivo! Lançar a rede em águas rasas é se conformar com a pesca de pequena quantidade de pequenos peixes.
          Se fizermos nessa Quaresma somente o que fizemos nos anos anteriores, isto é, se apenas cumprirmos nossa penitência tradicional, podemos correr o grande risco de pescarmos a noite inteira e amanhecermos o dia sem nenhum peixe.
          Nossa proposta para esta Quaresma é a de acrescentarmos algo de afirmativo em nossa prática. Assim, além da penitência tradicional que você já faz ficando sem ingerir bebida alcoólica, sem fumar, sem comer carne ou doce etc., busque realizar ao longo de todo tempo Quaresmal, algumas ações que contribuam com a comunidade e com a vida das pessoas que estão à sua volta.
          Como sugestão, apresentamos um roteiro de referência. Você pode segui-lo ou criar outro de acordo com suas possibilidades ou expectativas. Esse roteiro tenta levar em conta a diversidade e a complexidade de nossa vida contemporânea, por isso trabalha com propostas semanais de ação.
          Dividimos a Quaresma em seis subperíodos e para cada um deles há indicação de uma ação afirmativa.

Subperíodo
Sugestão de atividade
De quarta-feira de cinzas (13/02) até 17/02
Ler alguma coisa sobre a Quaresma e/ou sobre a Campanha da Fraternidade 2013 que reflete sobre a Juventude. O Jornal de nossa Paróquia tem excelentes textos sobre esses temas.
De 17/02 a 24/02
Identificar nas pessoas que convivem com você, em casa, três pontos positivos que cada uma tenha em seu jeito de ser. Ao longo da semana dizer para cada pessoa esses pontos. Você pode falar desses pontos de modo bastante informal, até mesmo sem que a pessoa perceba que isso faz parte de um exercício de espiritualidade que você está realizando.
De 24/02 a 03/03
Dirija palavras positivas a seus colegas do trabalho, da escola ou da Faculdade. Use essa semana para ser um porta-voz da motivação. Elogie as pessoas; incentive-as a buscarem a realização de seus sonhos; fale bem de um colega com o outro; valorize o esforço das pessoas; seja paciente no trânsito; use sua boca para pronunciar palavras benditas.
De 03/03 a 10/03
Visitar alguém. Todos nós gostamos de receber visitas, em especial quando estamos em alguma situação de fragilidade. Visite uma pessoa que esteja precisando de uma presença amiga. Não precisa demorar muito! Se for possível e recomendável, reze com essa pessoa. Dê preferência aos doentes e idosos quando for escolher a pessoa a ser visitada.
De 10/03 a 17/03
Realizar algum tipo de participação social em alguma entidade que cuida dos mais humildes. Por exemplo: Passar a contribuir, através de sua conta de água, com o Projeto Arte Planalto; levar roupas e calçados que você não usa mais para o CREAS-POP (Rua Belo Horizonte em frente ao SICOB).
De17/03 a 24/03
Avaliar sua vivência da Quaresma deste ano de 2013: Em que você melhorou como pessoa humana e em que aspecto sua espiritualidade se fortaleceu? Que frutos você colheu por ter lançado sua rede em águas mais profundas nesta Quaresma realizando algumas ações positivas?


          Essa proposta tem como finalidade contribuir para a vivência de uma Quaresma mais produtiva. Você jamais deve transformar essa tentativa em um peso que sobrecarregue sua vida. Caso você não consiga realizar o que previu para uma semana, persista na realização daquilo que é proposto para a semana seguinte e, quando puder, volte e coloque em prática o que ficou para trás.
          Esforce-se. Seja persistente. Apresente ao Altar do Senhor o que conseguiu realizar. Visite o Santíssimo e participe da Celebração Dominical. Deus te ama e tem alegria em abençoar sua vida.
          Boa Quaresma! Boa Páscoa! Deus te Abençoe!

          Diác. José Luciano Gabriel.

04 fevereiro 2013

Reality show: manipulação e incoerências



            O ser humano constrói uma história evolutiva. Não há dúvidas que somos hoje mais desenvolvidos que nossos antepassados. Muitas vezes esse processo ocorre à custa de valores que jamais deveriam ser relativizados, mas não é esse o ponto que iremos abordar.
            Nosso objetivo nessa breve reflexão é levantar questões acerca do modo como nossa inteligência é tratada por certos controladores de opinião de massa, em especial certo tipo de programa que explora a curiosidade, inverte a lógica entre o público e o privado e faz com que transformemos uma realidade fictícia e artificial em principal tema de nossas conversas.
            Quando paramos diante de uma televisão e acompanhamos atentos aos conflitos vividos por pessoas confinadas em um ambiente insalubre, precisamos desenvolver a capacidade de ir além daquilo que vemos e ouvimos; devemos amadurecer nosso conceito de descontração e entretenimento para não sermos tratados como infantis e irracionais.
            Por trás dos majestosos conflitos que presenciamos nesses programas, existem “mentes brilhantes” (entre aspas mesmo!) encarregadas em criar situações que geram ou potencializam os embates; aquilo que conseguimos assistir, principalmente na TV aberta, é fruto de exaustivo trabalho de edição capaz de nos fazer conversar, pensar e concluir o que for mais conveniente para quem esta no controle do programa.
            A lógica dessas propostas é traiçoeira, pois desrespeita a capacidade humana usando um discurso atraente e aparentemente válido: Dizem que o telespectador é quem decide, basta votar! O voto custa uma pechincha, não faz grande diferença no bolso do telespectador. Mas a soma desses centavos faz boa diferença no bolso de quem a recebe. O telespectador paga para ser exposto sob a alegação de que esta decidindo.
            Para complementar a tragédia e dar a sensação de que o telespectador é inteligente e está sendo tratado com respeito, há sempre alguém que cumpre o papel de intelectual ou de cientista e apresenta uma pseudo-reflexão. Geralmente trata de uma abordagem gostosa de ser ouvida para que todos se sintam alimentados culturalmente. Um olhar atento vê logo a incompatibilidade entre esses discursos bonitos e as cenas que eles tentam ilustrar.
            Mas o que tudo isso tem a ver com a ideia de evolução trazida no início?
            Ora, esses programas desconsideram a evolução humana e tratam as pessoas como subdesenvolvidas racional e emocionalmente; levam à perpetuação de futilidades; estimulam a não percepção das reais circunstâncias do povo que é manipulado por eles; consideram, enfim, o ser humano como marionete.
            Como as perguntas são capazes de nos fazer evoluir, retirando-nos das trevas e nos levando à luz, devemos ousar algumas interrogações:
Quem mais ganha com esse tipo de programa: os participantes, a emissora de TV, os patrocinadores ou o telespectador? Aliás, o que realmente ganha o telespectador quando fica absorvido (viciado em alguns casos!) pelas notícias desses programas?
            As provas, jogos e brincadeiras apresentados aos participantes possuem algum tipo de segunda intenção ou tudo o que pretendem se encerra no que é visto e falado?
            Será mesmo o telespectador quem decide as questões cruciais do programa ou ele não passa de uma peça importante na arquitetura de um lucrativo projeto financista?
            O telespectador é tratado como pessoa inteligente ou é considerado um fofoqueiro que gosta de espiar o que os outros fazem dentro de casa? Espiar a vida alheia é uma virtude ou um vício?
            Qual é a real importância de saber o que um grupo de pessoas interessadas em autopromoção está fazendo dentro de uma casa?
            Essa prática de expor pessoas a situações ridículas e sofríveis é o que queremos para nossa sociedade? Mais que isso, será que concordamos coma as experiências de torturas praticadas nesses jogos?
            Que valores estão em jogo nesses programas? Queremos fazer parte de uma sociedade que aplaude os que fazem qualquer coisa pelo dinheiro ou pela fama?
            É bom pensarmos um pouco para não colaborarmos com aquilo que não concordamos e não sermos cúmplices das posturas que ignoram a capacidade evolutiva do ser humano. Os “centavos” que são insignificantes para nós individualmente, podem se transformar em poderosos recursos investidos contra nossos valores e contra nossa dignidade.

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