A cultura
ocidental tem uma relação muito especial com a palavra.
Na tradição judaico-cristã, a
palavra é considerada viva e dinâmica; mais que isso: Deus criou todas as
coisas por meio da Palavra, bastando que Ele apenas ordenasse para que as
coisas viessem da não existência à existência e o próprio Jesus é tratado, pelo
Evangelho de João, como a Palavra que estava presente desde o início e que se
tornou carne, se materializando no meio dos homens.
Seguindo os passos dessa tradição religiosa
e cultural, devemos ter a palavra como algo importante e até mesmo grave. As
palavras que pronunciamos ou cultivamos em nosso pensamento também têm poder de
criar e modificar a realidade que está à nossa volta. A palavra possui vida e
movimento; é capaz de se concretizar; tem força para promover, no mundo físico,
os sentidos que representam.
Não queremos aqui tomar o caminho da
autoajuda, não sendo objeto nosso direcionar qualquer crítica a esse tipo de
literatura; nosso foco aqui é outro: compreender como as palavras que
pronunciamos expressam nossos compromissos, intenções, desejos, visão de mundo.
Identificar como as palavras que saem de nossa boca revelam nosso interior,
nosso estado de espírito, nossa profundidade existencial, afinal, “a boca fala
daquilo que o coração está cheio”.
Vivemos
em um modelo de sociedade cada vez mais corrido. Estamos inseridos em contextos
crescentemente estressantes, por isso é fácil perdermos o controle e dizermos,
em algum momento, uma palavra inadequada. Embora devamos cuidar para que isso
não ocorra, podemos dizer que faz parte da natureza humana o cometimento de
certos deslizes dessa ordem. Por outro lado, é grave e danoso um comportamento
marcado pela frequente pronúncia de palavras destrutivas ou agressivas.
Considerando
que a palavra tem o poder de criar a realidade, precisamos ter sempre uma
palavra positiva para dizer às pessoas. Quando dizemos uma palavra de afeto, de
elogio, de estímulo a alguém, estamos oferecendo uma boa matéria-prima para que
essa pessoa construa algo de positivo.
Em
relação à educação das crianças, adolescentes e jovens as palavras mais faladas
precisam ser de incentivo. Pais e professores precisam, sem serem falsos e sem
perderem o senso de realidade, tratarem seus filhos e alunos com palavras que
promovam o crescimento da autoconfiança e da autoestima.
O
desafio que se coloca para nós é o de mudarmos um pouco nosso jeito de
relacionar e de ver a vida. Quando estamos em paz e desejamos o bem para as pessoas,
nosso coração está cheio de alegria e otimismo, portando, devemos externar
esses sentimentos através de palavras boas e construtivas.
Tendo
cuidado na escolha das palavras criamos mais condições para dizermos aquilo que
pensamos e sentimos em relação ao outro. É ruim a sensação de termos dito a
alguém aquilo que não queríamos dizer ou que não pensamos sobre aquela pessoa,
especialmente quando se trata de alguém que amamos e queremos bem.
Por
fim, as palavras não existem para funcionar como arma. Não devemos usá-las para
ferir ou vingar; jamais devemos transformar a palavra em mecanismo de
satisfação de nosso egoísmo, afinal, “palavra não foi feita para dividir
ninguém; palavra é uma ponte onde o amor, vai e vem”.
Que
mundo você tem construído com suas palavras? Que palavras você usa para se
referir às pessoas a quem você ama ou das quais cuida?
Escolha
e use palavras positivas a fim de construir situações melhores!