17 julho 2015

Nas sombras do não-dito

                De um modo geral as experiências da vida podem ter mais que uma leitura. As situações com as quais nos deparamos guardam a possibilidade de serem interpretadas de modos diferentes.
                Primeiro é importante que superemos a lógica de tratar o diferente como errado ou como ofensivo. A forma de pensar dos outros não é equivocada somente porque é diferente daquela que julgamos correta; a interpretação que a outra pessoa tem de algum aspecto da vida não está absolutamente desviada simplesmente pelo fato de termos tido a respeito daquela mesma situação uma interpretação diferente. O diferente não é sinônimo de errado!
                Uma segunda observação vincula-se ao fato de que os temas que envolvem opiniões pessoais adotam um padrão de veracidade diferente daquele utilizado pelas ciências naturais, que, diga-se de passagem, não goza em nossos dias da absoluta credibilidade de outrora, como alguns pensam.
                Nas ciências naturais trabalha-se com a noção de prova, assim, uma coisa é verdadeira porque pode ser provada. A prova material, nesse sentido, cria a segurança de veracidade que possibilita dizer que certa coisa é verdadeira: as leis da física, as experiências da química, as explicações da biologia etc. Nesses campos os cientistas fazem certa afirmação e a validam por meio das provas que produzem.
                Mas nos aspectos da vida que não produzem esse tipo de prova é necessário trabalhar com outros critérios, logo, o verdadeiro e o falso; o certo e o errado; o bem e o mal; o justo e o injusto etc. se constroem a partir de outros padrões discursivos e interpretativos e não é possível, ou pelo menos não é prudente, que se adote o padrão das ciências naturais para avaliar, julgar ou validar as “verdades” dessas áreas.
                Por fim é indispensável esclarecer que a possibilidade de existirem interpretações diferentes e legítimas a respeito de certas situações não é o mesmo que estimular que toda e qualquer interpretação seja válida, ou seja, abrir-se para existência de percepções diferentes não é abrir mão do sentido ou da racionalidade; não é o mesmo que dizer que qualquer coisa está certa ou é legítima. É necessário que as interpretações que queiram participar legitimamente dos debates interpretativos tenham o mínimo de coerência e traduzam interpretações razoáveis e discutíveis. O relativismo é um mal tão danoso quanto o fundamentalismo absolutista.

                O grande exercício passa, portanto, pela leitura daquilo que é o não-dito. Antes de julgar como equivocada uma opinião diferente da sua, tente ler para além daquilo que está explícito na sua interpretação e na interpretação do outro. Há diversas coisas não-ditas; há interesses e ideologias que alimentam os discursos e que não estão explícitos nos enunciados. Mas atenção: isso vale para avaliar a interpretação do outro e a sua, afinal, essas são características das interpretações de um modo geral e não apenas das interpretações dos outros!

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