28 agosto 2015

Dualidades e dualismos: o poder dos rótulos

Por heranças de antigas escolas filosóficas e teológicas, a sociedade ocidental aprofundou e até exagerou um modelo dualista de interpretar a realidade. Dois conceitos são interessantes para nós nessa reflexão: dualidade e dualismo. A dualidade tem a ver com a aceitação de que certa situação é melhor compreendida quando se considera a existência de duas dimensões que se inter-relacionam, ou seja, ao invés de se considerar isoladamente um evento, leva-se em conta suas conexões diretas ou indiretas com outra realidade a ele vinculado, assim, uma realidade conduz à outra de modo dialógico. Por exemplo, a relação entre o professor e o aluno: entende-se melhor a função do professor analisando-o na relação com o aluno, afinal, o que poderia ser compreendido acerca do professor se não existissem alunos?
O dualismo, por sua vez, também considera a existência de duas realidades para a compreensão, porém o faz de modo bem diferente, pois no dualismo exerce-se uma grande força no sentido de desqualificar uma das realidades para garantir validade ao aspecto que se quer compreender ou defender como legítimo, ou seja, o dualismo não trabalha com a possibilidade de existirem integrações, ao contrário, as realidades são vistas como excludentes. Por exemplo, visão medieval sobre corpo e alma: o corpo é ruim, propenso ao pecado etc, a alma é boa, voltada para a graça... um exclui o outro! Ou o indivíduo atende aos desígnios da alma ou aos infortúnios do corpo.
A princípio, podemos dizer que uma leitura dual (de dualidade, sem o “ismo” que indica exagero!) não representa grande ameaça, contudo, as leituras marcadas pelo dualismo são perigosas e impedem de enxergar, de modo mais equilibrado, diversas nuances das realidades que nos rodeiam, apesar de tais posicionamentos gerarem uma atraente sensação de segurança.
O grande desafio é superar a ideia de que o mundo está dividido em dois grupos radicalmente bem definidos: de um lado os bons; do outro, os maus. De um lado os justos, os heróis, os abençoados, os verdadeiros, os escolhidos... do outro, os injustos, os bandidos, os amaldiçoados, os mentirosos, os renegados. De um lado, aqueles que pensam como nós: pessoas admiráveis e bem quistas, do outro, os que pensam de modo diferente: dignos de pena e indesejáveis.
Será que as pessoas e realidades se encaixam de modo tão exato dentro dos conceitos que criamos? Perguntando de outro modo: os conceitos seriam capazes de exprimirem exatamente o que são as coisas ou as ações das pessoas? É confiável enquadrar as pessoas em rótulos rígidos? Considerando-se a suposta divisão mencionada no parágrafo anterior, temos fundamentos para dizer que umas pessoas são boas (só boas!) e outras ruins (só ruins!) ou seria mais razoável dizer que as pessoas apresentam comportamentos bons e outros ruins? Têm qualidades e defeitos?

Os rótulos destroem quem rotula e quem é rotulado, ainda que por razões diferentes.

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