Aproxima-se
a possibilidade de renovarmos o perfil das pessoas que nos representam em nível
municipal. Escolheremos a pessoa que chefiará o executivo: prefeito (a) e
vice-prefeito (a); e as pessoas que ocuparão as vagas da câmara municipal:
vereador (a). Trata-se de um momento de grande relevância para a história de
nosso país, afinal, grande número das coisas que afetam diretamente nossa vida
prática, passa pelas ações/omissões das autoridades municipais.
Nosso
país passa por uma séria crise no campo da política. Nossos políticos, com
raríssimas exceções, estão envolvidos em práticas imorais e criminosas além de
estarem reféns dos patrocinadores de suas campanhas. Estamos pessimamente
representados e, com razão, temos direito à desilusão. Mas, ainda que estejamos
desiludidos, é válido manter viva uma centelha de esperança que nos estimule a
pensar nas questões políticas. Assim, alguns critérios podem servir de
referência para nossas reflexões.
A
legislação eleitoral proibiu, já para esta eleição, a doação de pessoa jurídica
para os candidatos, mas é preciso ficar atento para que a lógica da doação não
continue predominando e definindo as eleições. Se um candidato recebe altos
valores em doação, ou gasta muito dinheiro próprio na campanha política, é
indício de que o interesse público ficará em segundo lugar, afinal, o dinheiro
aparentemente doado, funciona como investimento e será recuperado (com lucros
grandiosos) quando o candidato assumir o cargo. Campanhas mais simples e
baratas chamam menos a atenção, mas podem representar menos riscos para o
interesse público.
A
profissionalização da vida política é um risco. Há pessoas que se especializam
em disputar eleição. Toda campanha a figura aparece na praça. É preciso tomar
muito cuidado com esse tipo de candidato (a) e ser crítico: a quem mais
interessa a re-eleição dessas pessoas: a elas mesmas ou ao povo? Tem gente que
se acostuma a ganhar o ‘salário’ de vereador ou de prefeito, mas sua história
não revela comprometimento com os interesses da coletividade. E atenção:
interesse da coletividade não é ficar fazendo favor para um ou para outro; é
estar comprometido com assuntos que beneficiem a população geral de uma cidade.
Outro
critério importante é o da representatividade. Precisamos votar em quem nos
representa de verdade. Devemos fazer uma avaliação da história da pessoa em
quem iremos votar e verificar se as lutas dessa pessoa dialogam com as lutas da
sociedade. Votar porque é da família; porque é compadre; porque é colega de
trabalho ou vizinho; porque é da minha igreja ou de meu movimento pastoral...
votar apenas por esses motivos e sem identificar algo que indique que a pessoa
tem uma história de representação e de luta é um risco. Ninguém é bom político
somente porque é bom na vida particular, familiar ou religiosa.