A curiosidade sempre foi uma das
principais motivadoras do crescimento da humanidade. Movida por ela, surgiram
várias descobertas e soluções de problemas. A curiosidade contribuiu para a
criação de alternativas que aliviaram o sofrimento ou tornaram a vida mais
fácil; desencadeou processos que culminaram em tecnologias que aumentaram a
expectativa de vida: é, portanto, uma importante aliada humana.
Por outro lado, até mesmo a
curiosidade pode ser negativa e destrutiva quando perde a espontaneidade ou
quando se torna vazia, ou seja, há o risco de as pessoas perderem a noção do
bom senso e se tornarem reféns de algo que se pareça com uma saudável
curiosidade com relação ao mundo que as cerca e, neste caso, ao invés de servir
à evolução, a curiosidade transforma-se em armadilhas perigosas.
Por perda de espontaneidade se pode
compreender aquele tipo de curiosidade voltada apenas para os assuntos e temas
que os outros definem. A própria pessoa ou o grupo social se tornam,
paulatinamente, portadores de uma curiosidade que não lhes pertence; pesquisam,
buscam e investigam somente aquilo que fora, direta ou indiretamente, sugerido
ou determinado pelos outros. Uma curiosidade assim produz efeitos almejados por
aqueles e aquelas que a manejam, mas pouco interessa às pessoas e à sociedade
que a praticam.
Por esvaziamento da curiosidade
entende-se a perda de sentido, finalidade e conteúdo da curiosidade. Uma
celebração daquilo que é inútil e esteticamente desinteressante. Os curiosos,
neste sentido, se tornam consumidores de “conteúdos” industrializados e se
sentem bem informados porque capazes de conversar sobre os assuntos do ultimo
dia, hora ou minuto. Se movem pela força de uma curiosidade que os torna antenados
com tudo aquilo que é superatual, mas no fundo manejam uma curiosidade vazia e
absolutamente improdutiva (e isto é diferente de lazer ou descontração sadia!).
Por todos os lados estamos cercados
dos riscos desses problemas com a curiosidade. Precisamos ficar atentos e
curiosos no bom sentido do termo. Talvez um telejornal nacional, uma rede
social, certo programa na TV... talvez um filme muito comentado ou uma mensagem
virilizada na internet não passem de manipulação ou esvaziamento de nossa
curiosidade saudável e necessária.
Fique curioso com relação a estas
ondas! Que tal?