É difícil
imaginarmos que alguém consiga escolher bem alguma coisa sem conhecimento das
opções disponíveis. Na verdade, o ato de escolher requer, por força de sua
natureza, a existência de opções e o conhecimento destas apresenta-se como
condição absolutamente indispensável para escolhas bem feitas.
No campo
da política (em especial das eleições) o adequado conhecimento das opções disponíveis
reveste-se de muita importância, pois as pessoas eleitas pelas escolhas dos
eleitores passarão a ter prerrogativas, poderes e funções capazes de interferir
direta e indiretamente na vida das diversas coletividades e individualidades.
Escolher sem identificar bem as opções é sinal de irresponsabilidade e pouca
inteligência.
Há ainda
outro elemento que torna a escolha eleitoral mais grave que outras escolhas: a
escolha da pessoa é sempre feita para um cargo específico, portanto, além de
saber bastante sobre a pessoa que está sendo escolhida pelo voto é necessário
saber o suficiente sobre o cargo para o qual se está escolhendo. Não se pode
correr o risco de escolher uma pessoa boa que não tenha as habilidades
necessárias para o desempenho das funções do cargo para o qual se candidatou.
Nas
eleições de 2018 votaremos em Presidente e Vice-presidente da República; Senador;
Governador e Vice-Governador do Estado e Deputados estaduais. Estes cargos
possuem funções específicas e exigem pessoas capazes de atuar neles de modo
eficiente. Pode ser que um candidato tenha boas condições para deputado
estadual e não tenha para govenador... o eleitor precisa identificar isso,
portanto, votar é coisa muito séria e exigente.
Além de
conhecer as funções de cada cargo e de buscar pessoas capazes de representar o
interesse do povo de forma competente, ao eleitor cabe ainda considerar
que os candidatos devem levar consigo um
perfil de vida pública compatível com os valores que os eleitores desejam ver
consagrados no campo da política. Algumas dicas são bastante universais, ou
seja, válidas de forma ampla e geral no momento de pensar em quem votar.
Vejamos.
Candidato
que está envolvido com alguma notícia de corrupção, mesmo que não tenha ainda
sido condenado pela justiça, deve despertar nossa desconfiança. O princípio da
presunção de inocência deve ser relativizado, pois é melhor deixar de votar em
alguém que pode ter culpa a correr o risco de descobrir, despois da eleição,
que esta pessoa estava envolvida com ilegalidade ou imoralidades públicas.
Candidato
que transformou a política em carreira profissional; que não tem histórico de
defesa dos interesses da sociedade; que sempre foi patrocinado por dinheiro da
iniciativa privada; que é figurinha repetida com aparência de novo; que herda o
legado político de seus antepassados (avô, pai etc.); que aparece apenas em
período de eleições deve nos deixar muito desconfiados, pois representa
verdadeira ameaça ao interesse público e à necessidade de renovação no campo da
política.
Candidato
que se destacou na vida privada como administrador de seu patrimônio pessoal
(ou do patrimônio de sua família!), mas que nunca esteve envolvido com questões
ligadas aos interesses públicos e milagrosamente se apresenta como alternativa
para renovação da política deve despertar a curiosidade do eleitor e da
eleitora... será que esta pessoa agora tornar-se-á defensora dos interesses da população
ou transformará o cargo público em um instrumento em prol de seus interesses?
Votar não
é tarefa fácil! Na prática, pouquíssimos candidatos (e em alguns casos nenhum
candidato!) merece a confiança e a aposta do eleitor. Tenha consciência da
gravidade deste ato e pesquise. Procure saber sobre as funções de cada cargo e
busque informações sobre a história do candidato. Seja honesto e corajoso. Se
sua consciência te diz que certa pessoa não merece seu voto. Faça outra escolha.