Será que vale a pena ser bom para pessoas erradas? Há
sentido em ser educado, compreensivo, leal e prestativo com pessoas que não nos
darão em troca o que recebem de nós? Vamos refletir um pouco!
A resposta às perguntas pode ser positiva ou negativa,
dependendo daquilo que consideramos sobre nós mesmos e não sobre os outros, ou
seja, a referência para a resposta que daremos, no cotidiano, às perguntas
apresentadas tem a ver com quem somos e não com o que os outros são.
Se quisermos levar uma vida marcada pela lei de talião –
olho por olho, dente por dente – a resposta será negativa. Neste caso
identificaremos a forma como as pessoas são e daremos a elas aquilo que tem a
ver com elas. Se uma pessoa é deselegante conosco será justo sermos
deselegantes com ela; se alguém nos é desleal, responderemos com deslealdade e
assim sucessivamente.
A opção por oferecermos o que as pessoas podem nos dar em
troca está centrada na identidade, no caráter e nas características das pessoas
e não em nós, logo, consciente ou inconscientemente estaremos dando mais valor
aos outros que a nós mesmos, além de permitirmos que os outros definam a forma
como iremos nos comportar.
Por outro lado, se respondermos às perguntas iniciais
deste texto de forma afirmativa, estaremos tomando a direção de nossa vida nas
mãos, pois nossa forma de agir, sentir e crer serão definidas por nós mesmos e
não pelas pessoas com as quais convivemos. Nesta opção, a base e o centro de
definição de nosso modo de agir com as outras pessoas, estão em nós e revela
nossa identidade, caráter e características.
Se sou uma pessoa educada e entendo que agir educadamente
é um valor importante, agirei assim independentemente da pessoa com a qual
estou me relacionando; serei leal e verdadeiro, ainda que receba deslealdade e
mentira; optarei pela elegância e cortesia no trato com as pessoas que, por
quaisquer razões, tenham escolhido ser grosseiras; agirei com compaixão,
compreensão, paciência e respeito porque tais virtudes emanam de meu ser, mesmo
que encontrem o contrário delas em algumas pessoas.
As ações manifestam aquilo que está dentro do ser cada
pessoa. Nosso jeito de viver diz sobre quem somos ao passo que o jeito de viver
dos outros diz quem eles são. Não é inteligente agir em desconformidade com a
própria essência com a desculpa de que o faz por causa dos outros, alias isso
seria contraditório, pois, como dissemos o jeito de ser dos outros falam deles
e não de nós.
Como é seu jeito de ser? Em que você acredita? Que ações e
gestos são capazes de manifestar quem você realmente é? Escolha ser o melhor
que puder! O outro é o outro.