Em
artigo anterior refletimos sobre a necessidade de observar se a campanha do
candidato gasta muito dinheiro (dinheiro gasto em campanha eleitoral pode
significar investimento com a finalidade de retorno e lucro); se o candidato
tem vínculo com a comunidade (cuidado com candidatos que se profissionalizaram
e vivem “pendurados” em atividades políticas); se o candidato representa nossas
opiniões (cuidado com motivações não-políticas: votar porque é parente, colega,
amigo). Absolutamente nada pode ser mais forte que a tranquilidade da
consciência quando vamos escolher nosso candidato.
Refletindo
um pouco mais sobre a possibilidade de renovar a representação política vale
pensar em escolher candidatos que demonstrem capacidade para a atividade
pública. Para a função de vereador, por exemplo, é necessário que escolhamos
uma pessoa que tenha habilidade para participar de debate e saiba defender
ideias publicamente – quem tem muita dificuldade para expressar o que pensa
provavelmente será um ‘zero à esquerda’
no plenário da câmara municipal. Ter bom senso crítico e visão mais aberta das
coisas; ser uma pessoa atualizada e já possuir uma vida que dialoga com as
questões coletivas e comunitárias são características essências para um bom
candidato. Lembre-se: essa pessoa irá representar você.
Como é que você gostaria de ser representado?
Outra
observação importante diz respeito à moralidade e à ética. A pessoa que
candidata a cargo público precisa ter uma história ética. Não trata apenas de
ter uma vida familiar ou religiosa exemplar. É mais que isso! Precisamos dar
preferência para pessoas que não se enrolaram, ao longo de suas vidas, em
situações de escândalo envolvendo o dinheiro público ou mesmo patrimônio de
entidades coletivas. Se for possível devemos evitar pessoas que foram citadas
em investigações de corrupção e pessoas que não são aceitas por seus grupos de
origem em função de terem cometido alguma irregularidade. Para que votar em
alguém que já cometeu irregularidades? Por que votar numa pessoa que deu provas
de que não nos representa bem? O voto é uma procuração que passamos para alguém
nos representar. Vale a pena nomear ou re-nomear um procurador-representante
traidor? Isso tem sentido?
Por
fim é preciso ficar muito atento com quem se dispõe a comprar o voto do
eleitor. Esse tipo de pessoa é sem caráter e não merece nossa confiança.
Deve ser tratado como ameaça ao bem da coletividade. Mas atenção: há muitas
formas de propor a compra de voto e nem sempre é por meio de dinheiro vivo. Às
vezes é por meio de promessas de emprego; por oferta de benefícios discretos
durante a campanha... a forma de perceber isso é simples: se a ação não puder
ser pública e exigir segredinhos... fique atento, pode se tratar de uma
proposta indecente de compra de voto, proibida pela legislação e reveladora da
falta de vergonha do (a) candidato (a). Mas não sejamos injustos: tudo que se
fala de quem compra voto vale igualmente para quem aceita vender. Pessoas
conscientes, preparadas e de caráter não vendem voto!