21 janeiro 2019

O eco! O que você está ouvindo?


Na mitologia grega a ninfa Eco era conhecida por tagarelar demais e por querer dar a última palavra em todas as conversas. A tagarelice associa-se à prática de falar sem pensar e sem a consciência de que o conteúdo das falas retorna, de algum modo, para quem os emite e foi exatamente esta a maldição da ninfa helênica: conviver eternamente com o retorno de sua fala, ou seja, com o eco de si própria.
Usando a construção mítica como metáfora para nossos tempos vale pensar que existe a possiblidade de recebermos de volta tudo aquilo que emanamos. Mais que possibilidade, há boa probabilidade de sermos destinatários daquilo que pensamos, falamos, sentimos e desejamos. O mito, antes de ser uma história sem sentido, revela algo do cotidiano carrega ensinamentos atuais e úteis.
Para além dos clichês das “filosofias superficiais”, parece bastante razoável acreditar que nossas escolhas diárias contribuem fortemente para determinação de nossa vida, isto é, as escolhas que fizemos no passado, consciente ou inconscientemente, geraram grande parte do que somos no presente. Ouvimos hoje, de algum modo, o eco daquilo que emanamos ontem. Trazemos a marca da ninfa Eco em nossa natureza!
Mas é preciso ter otimismo! Se temos a oportunidade de perceber que ouvimos ao longo da vida o eco dos conteúdos que emanamos cabe-nos emanar aquilo que queremos receber de volta. A mudança está em nossas mãos e depende de pequenas decisões a serem assumidas no cotidiano.
O que você acha de começar a pensar, sentir, crer, agir e falar de forma que tais manifestações tenham a ver com o que você deseja receber como retorno?
Se quer receber palavras positivas e incentivadoras, emita tais palavras em seu dia a dia; se deseja ser tratada (o) com respeito trate as pessoas com respeito; se sonha ser amada (o) de forma especial ame alguém de modo especial; se quer um mundo melhor para viver faça o necessário para que o mundo à sua volta seja melhor. A lei do eco é inegociável, portanto, já que não pode mudar o fato de que as coisas retornam, mude o que você pode mudar: o que você emana!
Por fim, é indispensável fazer um alerta: esse processo de recebermos o que emanamos não é matemático. Em dada situação podemos ser vítimas de algo que não emanamos – como ouvir o eco de um grito dado por outra pessoa –, mas isso não está em nossa governabilidade, logo, cuidemos daquilo que está sob nosso controle.
Persistência e disciplina são as palavras de ordem. Às vezes não ouviremos de modo imediato o eco do grito que demos, mas isso não deve ser servir de desânimo, pois a médio e longo prazo o eco se fará ouvir; falta de constância produz retornos incompatíveis com o que queremos receber. Grite bem alto e firme aquilo que você quer ouvir de volta. O eco virá!

O individual e o coletivo – vale ser conveniente?


Há uma tensão permanente entre o interesse social e o interesse individual. Frequentemente os indivíduos buscam o alcance e a satisfação de expectativas que contrastam com o interesse das coletividades, assim como é muito comum que a implementação de objetivos coletivos esbarrem, direta ou indiretamente, em anseios de pessoas ou pequenos grupos específicos da sociedade.
As divergências entre o coletivo e o individual são, até certa medida, esperadas e condizentes com a experiência social e isso não é algo recente, ao contrário, é tão antigo como as primeiras sociedades, ou seja, desde a organização das primeiras comunidades humanas há o real risco de controvérsias entre aquilo que atende aos anseios de alguns indivíduos e supostos bens coletivos.
É importante ressaltar que a existência de diversidade entre o individual e o coletivo não é, por si só, um problema, mas pode se tornar um enorme problema quando os discursos e as práticas institucionais passam a atender, a partir de uma lógica de conveniência, mais àquilo que interessa ao individual que ao coletivo.
O Estado e as instituições que buscam contribuir com a organização social devem zelar para que os interesses dos indivíduos não massacrem ou violem, sem fundamento moral e jurídico confiável, o bem coletivo. É necessário manter vivo o princípio da supremacia do interesse público sem relativizá-lo por uma lógica de conveniência transmutada em retórica a serviço do individualismo predatório.
O princípio ético segundo o qual não se pode deixar perecer a vida e a dignidade que pulsa em cada pessoa que compõe a coletividade serve de referencial para a busca de equilíbrio e de avaliação dos conflitos entre o público e o particular. É mister buscar uma ponderação entre os interesses a fim de que se defina, em cada caso concreto, a forma mais adequada de preservação de cada fim. É urgente evitar falácias que fingem analisar a realidade apenas para dar aparência de legitimidade à preservação do interesse privado em detrimento do público.
Para evitar mal entendido esclarece-se que a saída não é o outro extremo: o massacre do individual pela força do coletivo (ou como costuma se dizer, da maioria). As individualidades, em sentido amplo, precisam ser protegidas e garantidas, pois ignorá-las seria contraditório com a noção de coletividades.
Vale a pergunta: o que deve ser levado em conta nos momentos que formos avaliar eventual conflito entre o respeito à coletividade e o interesse individual? Pense e aja!


Micro solidariedade: um caminho José Luciano Gabriel


Além dos serviços que Estado deve prestar às pessoas vulneráveis da sociedade, é interessante percebermos a solidariedade como caminho de promoção humana e de amenização da dor e do sofrimento das pessoas que sofrem. Cada pessoa pode colocar-se a serviço de seus semelhantes mais necessitados para levar algum tipo de acalento, promoção ou ajuda.
A experiência da solidariedade, entretanto, não precisa ser vista de forma muito ampla ou estrutural, ao contrário, pode ser percebida e vivenciada de modo simples nas micro relações interpessoais, ou seja, as pequenas oportunidades do cotidiano podem ser transformadas em momentos especiais de vivência solidária e fraterna.
Somos solidários todas as vezes que aproveitamos a chance de fazer alguma coisa para tornar a vida de alguém um pouco melhor; todas as vezes que nossa ação promove algum tipo de transformação, ainda que momentânea, na vida de alguém, especialmente quando a pessoa com quem nos solidarizamos encontra-se fragilizada ou carente de algum tipo de bem que podemos compartilhar.
Muitas vezes o bem compartilhado não possui valor pecuniário (financeiro), portanto, na maior parte das vezes a solidariedade não custa investimento para quem a pratica; não exige desembolsar nenhuma quantia, pois os gestos de solidariedade mais marcantes e significativos estão ligados às coisas que não podem ser compradas ou pagas com dinheiro.
É bom esclarecer, contudo, que a solidariedade precisa da abertura e da sensibilidade para fluir. Uma pessoa fechada em si mesma e endurecida por quaisquer motivos tem muita dificuldade para vivenciar a proximidade que a experiência solidária acaba por promover. É indispensável estar aberto à possibilidade de fazer-se solidário; é necessário ter o coração e os olhos bem abertos para “ver” a oportunidade chegando; é preciso manter aguçado o desejo de colocar-se lado-a-lado com quem nos oferece chance de sermos solidários.
A sensibilidade é o outro fundamento da solidariedade. Quem consegue desobstruir os canais da sensibilidade consegue perceber a dor e a carência de quem está à sua volta. Sensibilidade é sinônimo de capacidade para sentir com o outro; capacidade para compreender que a dor da outra pessoa é dor que dói na humanidade, logo doeria em qualquer pessoa, inclusive em mim. Sensibilidade é a decisão de rejeitar a indiferença com relação à vulnerabilidade das pessoas com as quais nos encontramos ao longo de nossa trajetória de vida.
Na verdade, você não precisa se preocupar em ser solidário. Deve sim preocupar-se em ser sensível e aberto às possibilidades que a vida te oferece para ser o mais humano possível. A solidariedade virá como consequência destes fundamentos, afinal, dificilmente alguém com abertura de coração e sensibilidade perde a oportunidade de ser solidário com quem precisa de solidariedade.
Por fim, vale lembrar que a solidariedade, por maior que se torne, nasce do serviço simples e pequeno que marca as relações entre as pessoas. O que torna um ato marcante, neste sentido, é o amor que exala e perpassa os gestos de solidariedade que somos capazes de estabelecer nas relações interpessoais de nosso cotidiano, por isso a micro solidariedade, ou seja, aquela que fazemos de modo sutil e anônimo é um caminho.

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