Os dicionários dizem que política é a arte de buscar o bem comum. Esse
conceito, embora pouco praticado pelos políticos atuais, é capaz de lançar
luzes sobre o evento Eleições Municipais que se aproxima.
Cada
vez mais candidatar-se a um cargo eletivo (inclusive de prefeito e vereador)
exige fazer um grande investimento financeiro. As campanhas políticas estão
caríssimas e corre notícia de que quem não tem dinheiro para investir ou não
tem bons patrocinadores não precisa nem se candidatar. Falam com muita
facilidade em campanhas que custarão valores altíssimos.
Está passando da hora do eleitor
abrir os olhos. Está atrasada a percepção de que os discursos dos políticos
estão incompatíveis com o tanto de dinheiro que gastam! E todos têm condição de
perceberem essa falta de lógica, não precisa ser nenhum cientista político para
isso.
A incompatibilidade falada acima
decorre dos compromissos que o candidato assume quando faz uma campanha muito
cara. De um lado o político faz o discurso que o eleitor quer ouvir: diz que
está comprometido com as causas da comunidade; que vai buscar melhorias; que
lutará incansavelmente pelo interesse dos eleitores. Do outro lado, gasta
quantias imensas para conseguir ser eleito.
Será que o próprio candidato ou
aqueles que injetam muito dinheiro em sua campanha estão comprometidos com o
bem da coletividade ou com os interesses financeiros? Será que todo dinheiro
gasto é gratuito, sem qualquer interesse? Ou será que os valores ‘doados’ terão
que ser recuperados de algum modo?
A política não é lugar de
ingenuidade nem para candidatos nem para bons eleitores e eleitores
responsáveis buscam desvendar a lógica por trás dos jogos políticos.
Alguns sinais indicam que o preço que o eleitor pagará depois será alto:
Muito dinheiro; muita gente trabalhando sem cansar para um político; quantidade
exagerada de material de campanha. Campanha muito bonita e cara é sinal de que
alguém está gastando muito para que o cidadão pague depois a conta, ou pior, alguém
está, direta ou indiretamente, fazendo compromisso com dinheiro que poderia
beneficiar a sociedade.
Claro que o candidato eleito e seus investidores não desejam receber
apenas os investimentos realizados durante a campanha. Muitas vezes esse
retorno vem através de empregos para os familiares do próprio político e de
seus patrocinadores; facilitações em licitações e contratos; privilégios e
prestígios... De qualquer modo, alguém pagará a conta de campanhas caras e, na
maioria das vezes, não é quem gasta que paga, mas a sociedade, os cidadãos.
O foco do eleitor deve ser buscar o candidato que tenha um histórico de
dedicação ao bem comum e não o candidato que gasta mais ou que tenha a campanha
mais atrativa. É preciso abrir os olhos e perceber que eleger candidatos que
gastam acima do normal em suas campanhas é aceitar pagar a conta que eles
fazem. É trocar a possibilidade de ser representado por alguém que deseja ser bom
político por alguém que faz da política uma forma de investimento econômico.
É tempo de vivenciar o verdadeiro significado da política: Busca do bem
comum.
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