Em artigo
anterior refletimos sobre a íntima relação entre amar e cuidar e apontamos para
a existência de equívocos na concepção de amor. Muitas relações de amor se
frustram porque as pessoas nutrem noções bastante distantes daquilo que
efetivamente consiste em amar.
Continuamos,
com este artigo, refletindo sobre o principal fundamento do amor: cuidar da
pessoa amada, afinal, quem ama cuida!
A palavra
“cuidado” pode despertar compreensões
bem diferentes e, não raramente, pessoas agem contrariamente à pessoa amada sob
a alegação, ou até mesmo a convicção, de que estão cuidando. Assim, três
equívocos sobre cuidado são comuns.
O
primeiro equívoco está ligado à garantia da satisfação das necessidades
materiais pensando que isso é suficiente. Muitas pessoas, motivadas pela força
da lógica capitalista, internalizam que “não deixar faltar nada às pessoas que
amam” é o bastante para expressar o cuidado e o amor que sentem. É muito
importante lembrar que o ser humano é um ser de muitas dimensões e as demandas
materiais constituem apenas uma dimensão, mas há outras.
Muitas
pessoas recebem todo conforto material e têm acesso a uma vasta quantidade de
bens e serviços proporcionados por seus provedores, mas se sentem “descuidados”
ou melhor, carentes de cuidado por parte daquelas pessoas que as amam. Os bens
e serviços não conseguem ser suficientemente satisfatórios quando falamos em
amor e cuidado, logo é indiscutivelmente necessário, quando se ama, que se
extrapole essa dimensão.
Um
segundo equívoco muito comum consiste em controlar a vida da pessoa amada
tirando-lhe o direito de ser ela mesma. O amor desperta um cuidado respeitoso
para com a pessoa amada e estimula à criação de estratégias que potencializam
as características e a personalidade de quem se ama. Não são compatíveis com o
amor posturas que forçam a pessoa amada a negar sua identidade ou se comportar
forçadamente tão diferente de seu jeito de ser. Cuidar requer incentivar a
pessoa a ser autêntica e feliz do jeito que é, com qualidades e defeitos; com
características próprias. Quando alguém, sob o pretexto de cuidar, desrespeita
a identidade da outra pessoa, comete violência.
Por fim,
um equivoca-se quem exagera na preocupação com o sucesso e negligencia a
importância da felicidade. Quem ama, é claro, cuida para que a pessoa amada
tenha sucesso e prosperidade na vida; faz tudo para que a vida profissional
tenha êxito e a vida transcorra em um clima de tranquilidade e conforto, mas
juntamente com isso, o cuidado deve voltar-se igualmente para a o incentivo à
felicidade, afinal, pouco adianta ter muito sucesso e ser infeliz.
É comum
ver pessoas bem sucedidas profissionalmente e infelizes. Pessoas exitosas
financeiramente e mal resolvidas no campo pessoal, afetivo, amoroso,
familiar... o amor que desperta cuidado lembra-se sempre de promover alegria de
viver, satisfação com as conquistas e capacidade de estabelecer vínculos
interpessoais profundos e duradouros. Cuidar só para o sucesso gera
esquizofrenia existencial.
Cuidar
requer, portanto, dedicar tempo que permita curtir a pessoa amada,
surpreendendo-se com suas peculiaridades e experimentando a beleza de sorrirem
juntos. Cuidar é estar com a pessoa sem a sensação de que precisa torná-la
igual a si; é compreender que ser feliz é, no mínimo, tão importante quanto ter
sucesso. Cuidar é ser com a outra pessoa; é deixar claro que existe alguém com
quem se pode contar...
Um comentário:
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