A palavra mudança não sai da moda! Frequentemente falamos
e ouvimos as pessoas falarem da importância de mudar alguma coisa. Há
expectativas de mudança na sociedade, na família, na moral, no direito, nos padrões
sociais, na política. Sempre se ouve dizer da necessidade ou da importância das
mudanças.
As pessoas ignoram, muitas vezes, por onde as mudanças
devem começar. Desejam as mudanças, mas dirigem seus olhares e suas ações
(quando chegam a agir!) para a direção errada, pois não identificam o ponto de
partida mais eficiente para o início das principais mudanças: o próprio umbigo.
Muitas vezes os discursos roubam a cena e interceptam a
possibilidade real de mudanças. Neste aspecto, os discursos são muito traiçoeiros
porque criam a falsa sensação de movimento ou de ação, embora muitas vezes não
fazem outra coisa senão mascarar a inércia e a resistência à mudança de quem os
profere. As mudanças não podem se limitar aos discursos, ao contrário, devem
alcançar a prática.
A questão então é compreender que mudar exige ação, mas
ação que começa no ponto de partida certo, se direciona para o alvo certo e
acontece com relação às questões que estão sob a governabilidade de quem fala
de mudança.
Começar do ponto de partida certo tem a ver, na maior
parte dos casos, com começar a partir de si. Na verdade não e muito eficiente
desejar e falar da mudança que os outros precisam fazer. As mudanças mais
significativas para vida de cada pessoa nascem delas mesmas, não dos outros.
As mudanças se direcionam para o alvo certo quando temos
clareza daquilo que deve ser alterado concretamente com a mudança realizada, ou
seja, ter consciência clara daquilo que se pretende alcançar é fundamental para
efetivar o que se pretende mudar. Não ter clareza do destino gera riscos graves
de se tomar destinos equivocados.
Por fim, é preciso verificar se as mudanças que desejamos
estão sob nossa governabilidade, ou seja, se dependem de nós! Muita gente sabe
de onde partir, sabe onde almeja chegar com alguma mudança, mas se esquece de
se perguntar se aquela mudança depende dela ou se depende dos outros.
Geralmente não é possível mudar aquilo que depende dos outros.
Quando não partimos do ponto certo; quando não sabemos
onde desejamos chegar ou quando as mudanças sonhadas dependem dos outros, há
inevitáveis frustrações e sensação de impotência, por isso é interessante olhar
para dentro e fazer nascer do nosso íntimo as mudanças mais importantes para o
mundo à nossa volta.
Quando mudamos de dentro para fora, ainda que não mudemos
o mundo, ocorrerá sempre a sensação de dever cumprido e até de felicidade!
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