05 março 2014

A vontade do indivíduo e a pressão do meio externo

            É comum haver um conflito entre o olhar individual e os imperativos sociais. Muitas vezes o sujeito sente-se "forçado" a agir de um modo pouco confortável para comportar-se da forma mais desejada pelo grupo social.
            As divergências entre a vontade própria e as opiniões alheias são fáceis de serem percebidas no campo da moda, da preferência musical, na escolha de tecnologias e na forma de se comportar, entre tantas outras situações.
            Muitas pessoas perdem de tal modo a autonomia, que vivem à sombra das determinações sócio-culturais, e o pior: sofrendo por terem que se comportar de modo diferente daquele que achariam certo ou que lhes daria maior alegria e satisfação. A vida torna-se pesada demais para quem carrega essa sina e não consegue descobrir caminhos que levem a outras possibilidades.
            Quantas vezes não nos deparamos com pessoas vestindo roupas que não combinam com elas (e que no fundo não gostariam de vestir); comprando produtos que não são compatíveis com sua condição econômica; ouvindo ou cantando músicas das quais não gostam; escolhendo ou aceitando comportamentos moralmente distantes de suas convicções ou princípios... não são poucas as situações capazes de oprimir e até aniquilar a individualidade.
            Não desejamos defender o outro extremo como modo de sobrevivência nessa seara, ou seja, não é o caso de propormos uma vida totalmente alheia ao olhar do outro ou às exigências culturais que nosso grupo social impõe; isso, provavelmente, seria mais danoso à felicidade e à preservação da identidade do indivíduo. O que podemos apontar como alternativa para o risco da opressão do coletivo passa por dois caminhos, entre outros: consciência e equilíbrio, sendo que este decorre daquela.
            Consciência ou autoconsciência remete-nos à busca de conhecimento de nós mesmos. Quanto mais nos conhecemos, mais somos capazes de perceber o impacto que as influências externas exercem sobre nós, isto é, o autoconhecimento nos permite ter maior clareza daquelas situações que nos deixam insatisfeitos e geram sofrimento. Quanto menor essa percepção, maiores as chances de sofrermos, muitas vezes sem saber muito bem o porquê, com as escolhas que fazemos.
            Equilíbrio é a provocação para estabelecermos um bom diálogo entre as demandas internas e as propostas externas. Precisamos buscar esta interface entre o que somos e desejamos e aquilo que esperam de nós, pois o atendimento de apenas uma dessas expectativas gerará algum tipo de agressividade a nós ou ao (s) outro (s). Essa dinâmica do equilíbrio gera a possibilidade de pensar no bem-estar de modo mais amplo, considerando a individualidade e a coletividade. Essa interação pode ser muito saudável.
            Evidentemente há situações que exigem posturas mais rigorosas, há propostas que desafiam nossos valores e princípios, isso é verdade. Nelas é possível que tenhamos que ser mais enérgicos e não negociarmos, mas enquanto for possível vivenciarmos o diálogo entre o que a sociedade espera de nós e nossa vontade, parece recomendável que o façamos.

            Que escolhas você tem feito que te incomodam? Que pesos você tem carregado em função das convenções ou das exigências externas? O que você gostaria de fazer para atender mais à sua vontade?

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