
Ser
serviçal não é uma característica adjetiva da Igreja de Jesus Cristo,
diferentemente, servir é substancial. A Igreja é essencialmente serviço; é
instrumento; é meio e não fim. Podemos afirmar que a Igreja encontra sua razão
de ser e existir quando exercita a dimensão do serviço ao projeto de Jesus
Cristo, especialmente no cuidado das questões humanas indispensáveis para a
salvação integral (e não somente espiritual) da pessoa. O sentido de existência
da Igreja é ser uma servidora sempre atenta e aberta aos desafios que cada momento
da história apresenta a homens e mulheres.
O
mais eficiente modelo dessa dimensão servidora da Igreja é o próprio Jesus
Cristo, que fez de sua experiência terrena uma permanente celebração de
serviço, todavia, a lógica implementada pelo nazareno é bem específica: um
serviço que prioriza os mais frágeis e humildes; que promove e inclui; que
liberta para a autonomia. Essas devem ser, entre outras, as características da
Comunidade-Igreja servidora. Não se trata de prestar serviços apenas, mas de ser
serviço para quem precisa.
Para
cumprir sua vocação serviçal, a Igreja precisa fazer-se próxima. Não é possível
servir de longe. Essa proximidade é uma forma de falar da necessidade da Igreja
de quebrar as barreiras que a distanciam das pessoas para as quais foi
instituída. As estruturas de poder, os interesses econômicos, os
posicionamentos morais intransigentes, a ostentação, o diálogo pautado na
representação institucional de papéis precisam ceder lugar ao contato próximo e
direto com aqueles a quem a Igreja irá servir.
Como
modo de exercitar concretamente mais um serviço à sociedade brasileira, a
Igreja propõe, entre outras, duas linhas de intervenção: estimular a sociedade
a propor, por meio de iniciativa popular, projeto de lei que implemente a Reforma
Política e estimular os católicos a valorizarem as Pastorais Sociais.
O
Projeto de Lei de Iniciativa Popular para reforma política vai permitir um
melhor equilíbrio nas disputas eleitorais e uma menor influência do poder
econômico na definição das eleições; uma maior participação nas Pastorais
Sociais promoverá mais proximidade dos católicos com as pessoas que mais
precisam de cuidado e serviço.
A
Igreja conclama os católicos e demais cristãos a se tornarem servidores
especialmente da porta dos templos para fora; um serviço que testemunhe a força
transformadora do Evangelho; que tenha efeitos práticos na vida das pessoas e
da sociedade, demonstrando que ser cristão-católico é praticar uma fé operante,
atual, viva e atenta às dificuldades reais que o povo vivencia.
Participe.
Informe-se sobre o Projeto de Lei de iniciativa popular que proporá a Reforma
Política. Assine e convide outras pessoas para assinarem! Abra espaço em sua
vida para alguma pastoral ou trabalho social. Aproxime-se dessas realidades,
conheça mais de perto as condições de quem você poderá servir. Afinal, servir é
a vocação fundamental do cristão e do ser humano de bem.