25 janeiro 2018

Rerum Novarum: uma inspiração sempre nova

No dia 15 de Maio de 1891 o Papa Leão XIII publicou a encíclica ‘Rerum Novarum’ (Das coisas novas) para tratar da condição dos operários da época. Este documento papal inaugurou uma nova fase nas reflexões da Igreja acerca de Doutrina Social e potencializou a necessidade de refletir sobre os reflexos da injustiça social impregnados nas diversas dimensões.
Nas palavras do Papa logo no segundo parágrafo de sua encíclica é possível perceber, ainda que de modo introdutório, a gravidade do momento que a encíclica irá interpretar:

Por toda a parte, os espíritos estão apreensivos e numa ansiedade expectante, o que por si só basta para mostrar quantos e quão graves interesses estão em jogo. Esta situação preocupa e põe ao mesmo tempo em exercício o gênio dos doutos, a prudência dos sábios, as deliberações das reuniões populares, a perspicácia dos legisladores e os conselhos dos governantes, e não há, presentemente, outra causa que impressione com tanta veemência o espírito humano.

            O ponto de partida para a reflexão do Sumo Pontífice da época, sob a ótica histórica, foi o conjunto de situações injustas que vitimavam pessoas do mundo inteiro em decorrência de um modelo exploratório que sucumbia a dignidade humana aos interesses econômicos. Tornara-se, ao que parece, insuportável continuar em silêncio diante da exagerada intensidade dos desrespeitos, individuais e coletivos, às pessoas.
            As flagrantes condições degradantes em que se encontravam sociedades inteiras, ao alcançarem as pessoas, feriam todos os demais valores indispensáveis a uma vida com dignidade, ou seja, ao chamar a atenção para o cerne do problema (a pessoa!), o Papa provoca uma reflexão que perpassa os diversos setores da vida social de sua época, pois faz uma crítica às estruturas que promovem e sustentam a injustiça: a justiça ou injustiça não podem ser vistas como algo que diga respeito exclusivamente ao indivíduo, mas devem ser percebidas e refletidas como algo de interesse social/coletivo.
            A mudança de foco, de uma justiça que satisfaça apenas ao indivíduo para uma justiça socialmente pensada, continua plenamente atual. Os cenários (históricos, políticos, sociais, econômicos, culturais etc.) não são mais os mesmos, mas a necessidade de criar condições de equidade e de respeito à dignidade continua ‘nova’ e urgente, afinal, por razões diferentes, com discursos mais convincentes ou com tecnologias mais eficazes, nossos tempos parecem reinventar estratégias de supervalorização do poder e do dinheiro em detrimento da dignidade das pessoas.

            É tempo de termos, uma vez mais, doutos, sábios, assembléias, legisladores, governantes (você e eu!) etc. que voltem a se impressionar com os graves problemas que geram dor e morte.

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