Olá! Alegria e paz! Desejo que tudo esteja bem com
você!
Argumento é o nome que damos a um encadeamento de
ideias destinadas a apresentar uma versão sobre alguma coisa. É uma organização
de informações capaz de levar alguém a admitir a validade de determinado
conhecimento sobre algo; de estimular e definir a forma de se comportar das
pessoas.
O ideal é que os argumentos tenham sua própria
autoridade; que carreguem consigo a força necessária para convencer os interlocutores;
que transportem, em si mesmos, as razões que os tornam confiáveis e válidos. Os
bons argumentos são, neste sentido, autônomos: têm em si as próprias razões de
validade. Os bons argumentos portam autoridade.
Os argumentos ruins, por outro lado, se valem de
força e subterfúgios. Em regra, as pessoas e instituições invocam argumentos
ruins quando não possuem argumentos com autoridade. A falta de força e autoridade
de um bom argumento leva ao uso de argumentos de força. A autoridade é
substituída por algum tipo de autoritarismo; o fundamento das alegações não
respeita a lógica e a ordem dos fatos; não guardam nexo com o que se alega.
Identificar argumentos de força não é tão difícil: o
argumento que precisa ser gritado; que não pode ser questionado; que não dá ao
interlocutor outra alternativa, senão obedecer, sem saber das razões... o
argumento que invoca o famoso “você sabe com quem está falando?” exemplificam
bem os argumentos de força e revelam pessoas que não possuem a força dos
argumentos.
O uso do argumento de força está a serviço de
garantir uma autoridade que a pessoa deseja (muito!) ter, mas não tem; ele, o
argumento de força, mascara a trágica condição de alguém que deveria ter
autoridade, mas, pela falta de habilidade e competência, não a tem e não pode
admitir, pois isso implicaria deixar de ocupar lugar de suposta autoridade,
então, maquia o argumento com a maquiagem barata da força e eventualmente de
subterfúgios.
A substituição da força do argumento por argumentos
de força acontece em todos os setores da vida social. No ambiente familiar os
pais podem carecer de autoridade e isso leva-los a agir com argumentos de
força; na educação os estudantes podem ser vítimas de mestres sem autoridade
que invocam subterfúgios e força para coagir ou controlar; nas religiões há
líderes despreparados que manipulam fieis ou subalternos com conteúdos de medo,
líderes que não gozam de bons argumentos; na política há agentes eleitos
(inúmeros!) que, pela absoluta incapacidade em desenvolver bons argumentos, se
protegem e se projetam com base em argumentos vazios de legitimidade e cheios
de força e subterfúgios.
Mas qual é o problema dos argumentos de força?
Eles estimulam crenças e comportamentos sem
fundamento lógico! Desconsideram a capacidade racional das pessoas; nivelam por
baixo e fomentam o espírito de manada. Os porta-vozes de argumentos de força (e
logicamente aqueles que os defendem cegamente!) desenvolvem a equivocada mania
de considerar bom somente quem ouve calado, bate palma, sente, pensa e age nos
termos da coação do argumento de força.
Pense! Você tem facilidade para aceitar argumentos de
força ou lida melhor com a força dos argumentos?
Um comentário:
Muito bom o seu texto, convida a uma reflexão sobre o momento que estamos vivendo. Parabéns!
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